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Crime: Criminalidade nos casinos continua activa (opinião)

 NELSON KOT* 27 Jun, 2025


Recentemente, foi noticiado em jornais que um jovem não residente perdeu o seu capital de jogo num casino na Taipa, e pediu emprestados 500 mil dólares de Hong Kong a agiotas no casino para usar esse dinheiro como capital de jogo, mas a condição era que seriam cobrados 20% de juros por cada aposta.

No entanto, após uma hora de jogo, o jovem perdeu todo o dinheiro emprestado, e foi sequestrado pelos agiotas durante várias horas. Além disso, foi instado a pedir dinheiro emprestado a um amigo para poder ser “libertado”.

Felizmente, o jovem avisou secretamente o amigo para o ajudar a alertar a polícia. Mais tarde, a Polícia Judiciária (PJ) chegou ao local e conseguiu resgatar a vítima e deter dois indivíduos. Neste caso, os agiotas arrecadaram “juros” superiores a 300 mil HKD da vítima, o que é um montante muito impressionante.

Além disso, a troca ilegal de dinheiro continua activa dentro e fora dos casinos. Apesar do empenho total da polícia, os casos continuam a acontecer. Será que os lucros são demasiados elevados ou a punição é demasiado leve?

Não se sabe. Mas, como o problema surgiu, o Governo deve combatê-lo na origem ou agravar a punição, para evitar que casos ilegais deste género voltem a acontecer.

De facto, desde a abertura de casinos em Macau, a usura tem estado presente constantemente na cidade. É difícil prevenir este tipo de casos devido aos lucros avultados e à grande procura no mercado.

Inicialmente, o esquema de usura foca-se principalmente em cobrar juros calculados diariamente sobre o dinheiro emprestado. Se o dinheiro não fosse devolvido até ao final do período combinado, os juros iriam crescer, tal como uma bola de neve, e o dinheiro nunca conseguiria ser reembolsado.

Mais tarde, os agiotas também acompanharam a evolução dos tempos, passando a calcular os juros ao acompanhar o “cliente” nos seus jogos no casino, sendo que para cada aposta o agiota retira 10% a 30% dos juros. Isso significa que, se a pessoa jogar durante um período de tempo muito longo, e tiver vencido e perdido ao mesmo tempo nos jogos, mas ainda não perder todas as suas verbas, os juros retirados pelo agiota serão bastante consideráveis.

Porém, este tipo de actos criminosos pode ser praticado em todas as apostas feitas nas mesas de jogo nos casinos, por isso, o pessoal do casino saberá qual é o problema se prestar um pouco de atenção.

Além disso, desde o encerramento das salas VIP privadas, existem apenas as salas operadas directamente pelas concessionárias. Por outro lado, o acto de agiotagem com a cobrança de juros pode ser facilmente detectado pelos outros jogadores, pelo que raramente ocorre nas mesas de jogo nas salas comuns dos casinos.

Neste sentido, desde que os seguranças, os “croupiers” e os inspectores da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos ou agentes da PJ prestem mais atenção e patrulhem, o problema pode ser detectado e eliminado.

Mas porque é que este tipo de casos ainda acontece com tanta frequência hoje em dia? Que aspecto da supervisão está com problema? Além disso, todos os casinos dispõem de sistemas de videovigilância que podem desempenhar a função de fiscalização, sendo que a condição prévia é, naturalmente, que o pessoal seja responsável, em vez de ser preguiçoso no cumprimento das suas responsabilidades.

Por conseguinte, sugiro que os serviços fiscalizadores do Governo intensifiquem as patrulhas nos casinos e, ao mesmo tempo, reforcem a ligação com os agentes da PJ, e instem os departamentos de videovigilância dos casinos a verem cuidadosamente todas as câmaras nos casinos. Se encontrarem algum comportamento suspeito, devem notificar imediatamente o pessoal do Governo nos casinos, e o problema ficará resolvido. Claro que, se os casinos ou o Governo puderem criar um regime de “prémios por denúncia”, a usura e o câmbio ilegal acabarão naturalmente. Espero que o Governo considere esta sugestão.

 

*Presidente da Associação de Estudos Sintético Social de Macau

https://jtm.com.mo/opiniao/criminalidade-nos-casinos-continua-activa/

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