Yuan digital, um risco? (e-mop) digital assets

may25

Macau e Pequim assinaram um memorando de cooperação que visa “concretizar a partilha de recursos”, promover a “capacitação digital” e injectar “uma nova dinâmica na economia digital”

https://jtm.com.mo/local/pequim-macau-reforcam-sinergias-comercio-digital/

may25

“Esperamos que a pataca digital possa ser usada como um dos instrumentos de transação digitalizada para os países de língua portuguesa, para transações comerciais, e para transações sino-portuguesas”, disse Anton Tai Kin Ip.

Em resposta a perguntas dos deputados durante a sessão da Assembleia Legislativa, o parlamento local, o secretário confirmou que o sistema central da moeda digital deverá estar finalizado até ao final de 2025, seguindo-se uma série de testes técnicos.

“A primeira fase de implementação centrar-se-á nas transações de retalho antes de se expandir para as aplicações grossistas”, disse Tai. “Posteriormente, pretendemos sair de Macau para nos ligarmos à plataforma de língua portuguesa”, acrescentou.

Em 2003, Pequim estabeleceu Macau como plataforma para o bloco lusófono e criou na região o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Uma delegação liderada por Tai Kin Ip esteve em Lisboa no início de março, tendo-se encontrado com dirigentes do Banco de Portugal, incluindo o administrador Luís Morais Sarmento.

No final de março, o gabinete do secretário disse num comunicado que os vários encontros serviram para “negociar a consolidação e o aprofundamento da cooperação entre Macau e Portugal nas áreas da ciência, tecnologia, economia e comércio”.

Tai Kin Ip disse hoje aos deputados que iria continuar a visitar mais países de língua portuguesa no futuro, para procurar apoio para a utilização da pataca digital.

O secretário prometeu aproveitar as vantagens da pataca digital como uma moeda cuja circulação será livre através das fronteiras de Macau, uma economia aberta ao fluxo de capitais.

https://www.plataformamedia.com/2025/05/13/macau-prepara-moeda-digital-para-comercio-entre-china-e-paises-lusofonos/

may25

Opinion: Why digital assets could be key to Macao’s economic diversification strategy

An expert argues that Macao’s strict prohibition of digital assets is hindering its economic diversification efforts and creating an unregulated shadow economy.

https://macaonews.org/features/macau-cryptocurrency-blockchain/

ab25

Macau quer moeda digital para trocas comerciais entre China e lusofonia

O secretário para a Economia e Finanças da RAEM disse ontem durante a apresentação das linhas de ação governativa para 2025, na área da economia e finanças, querer explorar a possibilidade de usar a pataca digital nas trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa


Foi durante a apresentação das linhas de ação governativa para 2025 na área da economia e finanças que Anton Tai Kin Ip, o novo secretário para a Economia e Finanças da Região Administrativa Especial de Macau, disse que já partilhou a ideia com o Banco de Portugal durante a sua recente visita ao país.

A delegação liderada por Tai Kin Ip esteve em Lisboa entre 04 e 06 de março, tendo–se encontrado com diversos dirigentes do Banco de Portugal, incluindo o administrador Luís Morais Sarmento. O secretário disse também, no final de março, em comunicado, que os vários encontros serviram para “negociar a consolidação e o aprofundamento da cooperação entre a RAEM e Portugal nas áreas da ciência, tecnologia, economia e comércio”.

Ontem, Tai Kin Ip afirmou aos deputados da Assembleia Legislativa de Macau que vai continuar as visitas aos países de língua portuguesa para procurar apoio para a utilização da pataca digital.

O secretário quer aproveitar as vantagens da pataca digital como uma moeda cuja circulação será livre através das fronteiras de Macau (uma economia aberta ao fluxo de capitais), ao contrário da moeda chinesa, o renmimbi, que não é inteiramente convertível noutras moedas, e onde as autoridades de Pequim impõem um rígido controlo ao fluxo de capitais, sobretudo para fora do país.

As trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 225,2 mil milhões de dólares (216,6 mil milhões de euros) em 2024, mais 2% do que em 2023, de acordo com dados dos Serviços de Alfândega da China.

O protótipo do sistema da pataca digital de Macau (e-Mop) foi lançado em 12 de dezembro, oito dias antes do fim do mandato do anterior líder do Governo, Ho Iat Seng, e conta com o apoio do Banco Central da China, a primeira grande economia do mundo a lançar uma moeda digital, o e-CNY, em agosto de 2020.

https://www.plataformamedia.com/2025/04/24/macau-quer-moeda-digital-para-trocas-comerciais-entre-china-e-lusofonia/

abr25

By Daniel de Senna Fernandes


Although some may argue that cryptocurrencies are volatile and risky due to their regulatory uncertainty, it is undeniable that their underlying technology still fascinates many—so much so that central banks took inspiration from them to develop ‘central bank digital currencies’ (CBDCs). Being centrally controlled and issued by central banks, CBDCs take advantage of distributed ledger technologies (DLTs) to enable more secure and efficient transactions that, unlike cryptocurrencies, operate within a regulated framework.

This technical innovation comes at a time when digitisation in financial transactions can be considered a global phenomenon, as the digital payments market is projected to grow significantly, with an annual increase of 15.9 per cent until 2029.

Similarly, data from the Monetary Authority of Macau’s (AMCM) quarterly reports on mobile payment and payment card statistics reveal that mobile payment adoption in Macau during 2024 continued to grow as the transaction volume increased year on year by 17.9 per cent to approximately 354.7 million, while the total transaction value reached MOP 30.3 billion.

Macau’s impressive strides in digital payments are not only attributed to initiatives like the 2021 launch of the ‘Simple Pay’ system (which integrates multiple payment methods into a single terminal and has gained widespread adoption among local merchants and transportation services) or the acquisition of Macau Pass by AGTech Holdings Limited in 2022, which expanded its services to include cross-border transactions via the Alipay+ network; they are also driven by the implementation of advanced payment systems.

  For large-value and batch transfers in Macau pataca (MOP), Hong Kong dollar (HKD), and Chinese renminbi (CNY), real-time gross settlement systems have been established, offering a more secure and efficient settlement channel.

  For small-value transfers in MOP and HKD, a faster payment system has been rolled out, facilitating quicker interbank transfers.

  To automate trading and clearing processes for monetary bills, the monetary bills and notes trading system was introduced, promoting the use of diverse money-market instruments among financial institutions and enhancing the overall operational efficiency and security of Macau’s financial system.

Building on this momentum, AMCM recently announced that it has completed its digital pataca (e-MOP) prototype, signalling that it is ready to take a major step forward in digital currency innovation.

CONTINUA https://www.macaubusiness.com/opinion-from-cash-to-code-will-e-mop-reshape-macaus-financial-landscape-1/

 dez24

The shift towards electronic payments is both clear and inevitable. The COVID-19 pandemic has accelerated a change in payment habits, pushing people towards digital and contactless payments and e-commerce. This transformation was partly driven by concerns that handling cash could spread infection, a notion that has since been debunked. As a result, the use of cash has continued to decline. According to data from the Monetary Authority of Macau (AMCM), e-payment transactions in Macau (including apps such as MPay and card payments) hit MOP$7.6 billion (US$948 million) in the third quarter of 2024, totalling 88.1 million transactions. In comparison, during the first quarter of 2020, these transactions amounted to MOP$ 825 million (US$102 million) across 8 million transactions.

The advancements in e-payment technology are truly remarkable. A notable example in Macau is the introduction of palm-recognition technology through Tencent’s Weixin Palm Pay service. This innovative technology allows customers to make payments at select stores by simply placing their palms over a scanner, utilising WeChat Pay.

To keep pace with mainland China—which launched the Digital Yuan (e-RMB) as the first digital currency issued by a major economy and recorded a total transaction volume of e-RMB$7 trillion (US$967 billion) in June 2024 (nearly four times the e-RMB$1.8 trillion (US$249 billion) recorded in June 2023)—and Hong Kong, which initiated its digital currency pilot program (e-HKD) in 2023, the Macau government is collaborating with the People’s Bank of China’s Digital Currency Research Institute to develop a digital currency for Macau. It plans to unveil its prototype featuring ‘basic functions’ during a public demonstration on the occasion of the 25th anniversary of Macau’s handover. According to authorities, the Bank of China Macau Branch will serve as the operating entity in the initial stage of the e-MOP, responsible for developing and testing the system’s customer portal. This suggests that the Macau government will depend on an affiliated financial institution or institutions (if BNU is also considered) to ‘manage’ the digital currency.

Macau’s future digital currency—e-MOP—is a Central Bank Digital Currency (CBDC) issued by AMCM, which acts as Macau’s de facto central bank rather than a commercial bank. It is a government-backed digital version of the traditional pataca, fully supported by a 100% reserve and with legal tender status. In 2023, Macau enacted a new law on monetary issuance that recognises digital currency as legal tender alongside traditional forms of money such as banknotes and coins. Like traditional currency, e-MOP functions as a means of payment, a unit of account, and a store of value, with each unit uniquely identified to prevent counterfeiting. It can be stored, transferred, and transmitted through various payment services and systems. Unlike cryptocurrencies, CBDCs like e-MOP are centrally controlled, seizable, and not subject to volatility.

Most countries are developing CBDCs. Six central banks have implemented functional CBDCs: the Bahamas (Sand Dollar), the Eastern Caribbean (DCash), Nigeria (e-Naira), Jamaica (JamDex), China (Digital Yuan), and India (Digital Rupee). An example of an unsuccessful CBDC attempt is the United Kingdom’s Britcoin, active from 2011 to 2019.

Digital currencies aim to overcome the challenges of using physical cash. CBDCs benefits include enhancing existing financial networks (they enable real-time transfers and payments directly from payer to payee, reducing transaction fees by eliminating intermediaries), assisting in promoting financial inclusion (they can expand access to financial services for the unbanked (for example, 6% of adults in the U.S. lacked a bank account in 2023), preventing illicit and fraudulent activities (their traceability aids in monitoring fraud and tax evasion), combating crime (transaction visibility helps in detecting criminal activities), financial safety (CBDCs are zero credit risk and are considered high-security assets, reducing concerns over bank failures or bank runs), and improving policy implementation (they support regulatory compliance and effective macroeconomic policymaking).

Additionally, the use of CBDCs may deter the ability to sell user data.

However, CBDCs could pose certain risks such as banking disintermediation (depositors would shift out of the banking system, weakening the financial stability of commercial banks), centralisation (CBDCs might lead to a more centralised financial system, reducing competition and hindering innovation), privacy issues (governments may be able to monitor financial transactions, raising concerns about surveillance), cybercrime (by providing a new payment method, it would making it high-value target to cyber-attacks and increase vulnerabilities within the financial system), and the ability of social manipulation (authorities might have the power to restrict purchases, potentially threatening consumer freedom).

While the pataca is the official currency in Macau, the Hong Kong dollar has become the primary currency used for transactions in casinos over the past few decades. This is primarily due to a shortage of physical patacas for betting at gaming tables. To provide some context, the Macau government’s forecast for gross gaming revenues in 2025 is MOP$240 billion (US$29.9 billion), translating to around MOP$8 trillion (US$998 billion) in total bets at these tables (considering a casino win of 3%)

Once fully implemented, it would be natural for the Macau government to designate the e-MOP as the official casino currency. Moreover, the potential interlinkages between the e-MOP, e-RMB, and e-HKD to facilitate cross-border payments (and capital flows within the Greater Bay Area) so dictates.

Casino gaming operators should welcome the adoption of digital currency, as it streamlines transactions, reduces the influence of shadow banking institutions, and addresses concerns about counterfeit and dirty money.

Casino gaming operators should welcome the adoption of digital currency, as it streamlines transactions, reduces the influence of shadow banking institutions, and addresses concerns about counterfeit and dirty money (…) However, the introduction of e-MOPs is likely to impact Macau’s casino industry significantly. Players may resist this change due to privacy concerns. Payment data can reveal sensitive aspects of a person’s behaviour, which is particularly problematic in the casino sector

However, the introduction of e-MOPs is likely to impact Macau’s casino industry significantly. Players may resist this change due to privacy concerns. Payment data can reveal sensitive aspects of a person’s behaviour, which is particularly problematic in the casino sector. The traceability of the e-MOP and the potential intrusion by authorities to monitor financial activities—aimed at combating money laundering and terrorism financing—could unsettle players who prefer to remain anonymous while gambling and want to avoid showing any signs of wealth. Since a significant amount of gambling traffic in Macau originates from mainland China, some gamblers may decide to place their bets elsewhere.

The objectives of the Macau Gaming Law, as amended in 2020, include controlling cross-border transactions and curbing money laundering and terrorism financing. The introduction of the e-MOP would help regulate the flow of capital from mainland China and reduce questionable transactions. Additionally, it would protect players by identifying and intervening in cases of problematic gambling, promoting responsible gaming practices.

VIP gaming volumes have declined due to mainland China’s enforcement against cross-border gambling and illegal money changers. Introducing the e-MOP as Macau’s casino currency would target both the VIP and mass market segments and signal a significant shift in the industry—similar to the “disappearance” of casino gaming promoters. This change will surely disrupt the traditional operational methods of Macau’s casino industry.

All regulations aim to balance risk, cost, reward, and effectiveness. Implementing a CBDC requires a complex regulatory framework that addresses several key factors: privacy—a significant motivation behind cryptocurrencies—consumer protection, and robust Anti-Money Laundering standards. These elements must be established before adopting the e-MOP.

Is Macau ready to implement a CBDC while maintaining direct control over the data? Does the regulatory framework have the capability to monitor such a significant system, especially considering that security breaches or cyber-attacks—similar to those experienced by Mt. Gox, KuCoin, and Binance—could significantly undermine user trust? What role does AMCM play in this context?

Engaging with the global digital economy or embracing what the Macau authorities call ‘modern finance’ comes with considerable costs.

e-MOP: New Macau’s casino coin of the realm? By António Lobo Vilela

https://www.macaubusiness.com/opinion-e-mop-new-macaus-casino-coin-of-the-realm/

out24

A pataca digital é necessária para o desenvolvimento da economia, dizem analistas

Com o Governo do território a testar a adopção da pataca digital, levantam-se algumas questões: o que irá mudar com a sua introdução e qual o seu impacto? Para responder, o PONTO FINAL foi falar com especialistas.

 

O protótipo do sistema da nova moeda digital (e-Mop) de Macau deverá ser apresentado no fim do ano, no âmbito das comemorações do 25.º aniversário da transferência de administração do território. Para os analistas contactados pelo PONTO FINAL, além de seguir a tendência da região, à semelhança da China continental e de Hong Kong, que já anunciou a sua intenção de fazer o mesmo, oferece várias vantagens para a economia local. “Penso que é intenção de Macau usar a e-Mop como um meio para facilitar a diversificação económica”, especula o economista Henry Lei, que acrescenta: “É por isso que é necessário conhecer o calendário para esta fase de testes.”

A introdução da pataca digital, nestes moldes, deverá trazer algumas vantagens à economia do território, defende o analista. Por um lado, vem resolver algumas questões que o MPay — um serviço da Macau Pass amplamente utilizado pela população, que permite o pagamento de serviços, online e offline — não consegue. “Muitos residentes queixam-se que os condutores de táxi, por exemplo, se recusam a aceitar o pagamento electrónico, já que algumas das plataformas não permitem que se levante dinheiro de uma conta-corrente, sem comissões ou taxas, mas, se a e-Mop for introduzida e for legal, este problema é resolvido automaticamente”, explica. Ajuda, assim, no crescimento de áreas como o e-commerce.

Além disso, a médio e longo prazo, o analista acredita que será benéfico para a promoção da inclusão financeira digital, “permitindo ao público usar dinheiro electrónico para investimento de capital e gestão de património”.

No futuro, acredita o economista, será possível utilizar a e-Mop para transferências e transacções transfronteiriças de dinheiro. “Devemos conseguir ligar o e-Mop ao RMB digital e também ao e-Hong Kong para conseguir controlar as transferências de dinheiro transfronteiriço”, diz.

Há, no entanto, primeiro, que assegurar a tecnologia financeira para a “manutenção, segurança, gestão e controlo desta pataca digital”. Permite-se, assim, acelerar o crescimento de Macau no campo dos serviços financeiros.

 

Um mercado mais competitivo

 

Para o consultor da firma de advogados local Riquito Advogados, Daniel de Senna Fernandes, assumindo que a pataca digital vai funcionar como um meio de pagamento alternativo, significa que “há mais um jogador no mercado, o que torna o mercado mais competitivo”.

Considerando que grande parte da população de Macau já usa o sistema de pagamento MPay, com a introdução da pataca digital, provavelmente, não haverá uma grande mudança para o consumidor. O mesmo não se pode dizer do vendedor e do intermediário de pagamento, que passam pelas maiores alterações. “O vendedor tem de se adaptar, em princípio, a um sistema alternativo para receber o dinheiro”, afirma. Já do lado do intermediário de pagamento, este “sofre”, porque poderá deixar de existir.

Olhando para o actual sistema de pagamentos assente no MPay, o intermediário é o Macau Pass, já que os depósitos são feitos através deste. Com a moeda digital, deixa de haver intermediário e contacta-se directamente com a moeda. “Ao eliminar o intermediário, para o comerciante fica mais económico, porque este deixa de pagar quaisquer tipos de taxas ou custos de manutenção das máquinas para conseguir aquelas formas de pagamento”, diz.

Para o próprio Governo de Macau, pode ser mais vantajoso. “Hoje em dia, quando se pagam as contribuições [ao Governo], num regime facultativo, uma das hipóteses de pagamento é o MPay — certamente que o Governo tem de pagar uma taxa ao MPay para receber os fundos por essa via”, especula o analista.

 

O impacto para as plataformas de pagamento

 

Para Henry Lei, a curto prazo, talvez algumas das plataformas de pagamento possam ser afectadas. “Para ser mais específico, o MPay, porque assenta em comissões pagas pelo vendedor”, diz. E, se para alguns essa é uma desvantagem, para outros é uma mais-valia. “Ajuda as pequenas e médias empresas a baixar o preço dos negócios — deixam de usar MPay, que cobra comissões”, contrapõe.

Pode, porém, não ter impacto em plataformas bancárias, sobretudo quando se pensa em pagamentos a crédito. Tratando-se a moeda digital de um sistema não assente em crédito, o analista acredita que, mesmo havendo e-Mop, os clientes possam continuar a escolher plataformas do banco para se possa recorrer a ele”, diz.

Daniel de Senna Fernandes apercebe-se de outro tipo de impacto: o energético. “A energia [que assegura a ligação à Internet] tem de vir de algum lado e a verdade é que não deixo de questionar até que ponto será sustentável manter esta moeda viva”, refere. Junte-se a isso outra potencial desvantagem, mais cultural. “Apercebi-me disso recentemente — o facto de termos desmaterializado os pagamentos na China continental fez com que a maioria de nós tenha ficado menos familiarizado com o aspecto das notas”, diz, salientando que sabemos que “nas nossas notas de Macau, o desenho tem algum significado, não é escolhido ao calhas, há uma questão cultural por detrás”.

 

A diferença das outras criptomoedas

 

Contrariamente às criptomoedas privadas comuns, “a pataca digital de Macau (e-Mop) é igual à pataca física — ambas são moedas com curso legal”, referiu a Autoridade Monetária Central de Macau (AMCM), em comunicado de imprensa.

Conforme o regime jurídico definido na lei n.º 10/2023, “a pataca digital de Macau dispõe do mesmo estatuto jurídico conferido à pataca física (incluindo notas e moedas), com o mesmo valor monetário”, explica a AMCM. E, conforme esse mesmo regime, “à e-Mop é atribuído o poder liberatório [capacidade que a moeda tem de eliminar débitos, por meio do seu pagamento], com risco de crédito zero e é classificada como um activo de segurança de nível mais elevado.”

Tratando-se de uma moeda com um curso legal, significa que tem de ser aceite por todos, não podendo, assim, ser recusada. “Agora, se quiser pagar, precisa de usar uma app no telemóvel — quer use ICBC, BOC ou MPay — e precisa de ter uma conta registada”, explica Henry Lei. Com a pataca digital, não será preciso qualquer conta. “É mais conveniente para as crianças e para os seniores, tão conveniente, provavelmente, como o dinheiro”, conclui.

A diferença relativamente a outras criptomoedas, diz o economista, é a possibilidade de rastrear as transacções. “Claro que algumas podem envolver questões de privacidade, mas acredita que, considerando que a e-Mop estará debaixo da alçada da AMCM, terá de seguir as regras da privacidade”, defende. Aliás, Henry Lei considera que a defesa da privacidade será “ainda maior” do que nas actuais plataformas de pagamentos. “É rastreável, o que significa que, se a e-Mop for usada para qualquer tipo de actividades ilegais, incluindo branqueamento de capitais, é rastreável”, conclui.

Para Daniel de Senna Fernandes, a pataca digital é claramente diferente das restantes criptomoedas, mas não é por ser legal. “Isso há uns anos podia ser verdade”, mas, hoje em dia, já não. Alguns países já o legalizaram, refere — é o caso, por exemplo, de El Salvador que, em Julho de 2021, adoptou o bitcoin como meio de pagamento legal.

Assim, o consultor aponta que a diferença passa por ser emitida por uma autoridade central, tratando-se de uma moeda digital do banco central (CBDC, na sigla em inglês), tal como o RMB digital, o futuro euro digital ou o potencial dólar norte-americano digital. “Por exemplo, no caso do RMB digital [em fase de testes desde 2020], qualquer um de nós pode descarregar uma aplicação para o telemóvel, que dá acesso à plataforma-piloto para pagamentos com RMB digital”, diz.

Na União Europeia, por exemplo, estas são considerados criptoactivos (ou activos virtuais), que “são representações digitais de valores ou direitos, que podem ser transferidos e armazenados electronicamente”, refere o Banco de Portugal, na sua página da Internet. “Podem ter funções diferentes, consoante sejam para pagamentos e outras vezes podem representar qualquer coisa, é a tokenização da economia, tudo pode estar representada por um token”, diz Daniel de Senna Fernandes.

Assentam numa tecnologia a que se chama blockchain, tratando-se de partes de código com dados interligados e podem ser usadas para fazer pagamentos, mas funcionam, sobretudo, como ativos de investimento. “Os criptoactivos não são verdadeiras moedas, uma vez que não têm curso legal nem cumprem as funções da moeda: ninguém é obrigado a aceitar pagamentos em criptoactivos, pelo que não são um meio de pagamento de aceitação generalizada; não é possível usar criptoactivos para fixar preços, devido à instabilidade do seu valor”, lê-se na página do Banco de Portugal.

Em Macau e na China continental, “os criptoactivos não têm curso legal”, diz Daniel de Senna Fernandes, ainda que não se vá tão longe como na Índia, em que “é ilegal deter estas moedas”.

Na vizinha Hong Kong, por exemplo, é legal. “Eles até podem levantar, podem fazer conversão de bitcoins ou de outras moedas digitais para dólares de Hong Kong”, refere. Mas a realidade de Macau, neste momento, é “mais próxima da China continental”.

 

O caso de Macau

 

Actualmente, a AMCM está a avançar com os trabalhos associados à investigação e ao desenvolvimento da e-MOP, prevendo-se a construção de um protótipo de sistema com funções básicas até ao final deste ano.

Para garantir a segurança e a estabilidade do sistema monetário de Macau, a AMCM irá realizar testes em ambiente controlado (“sandbox”) com o protótipo, explorando as situações de aplicação da e-Mop, bem como os diferentes tipos de risco. Estes testes visam ajudar a estabelecer leis e regulamentos que se adaptem ao mercado actual de Macau, preparando o terreno para o lançamento oficial da “Pataca Digital de Macau” no futuro.

A China continental iniciou testes de RMB digital em várias cidades chinesas em 2020, estando a preparar-se para um possível lançamento nacional.

 

E as criptomoedas, em que ponto se encontram?

Fala-se na emergência internacional das criptomoedas, mas essa representa uma mudança significativa nas estruturas económicas e políticas estabelecidas. Com as criptomoedas a assentarem na tecnologia blockchain, há muitos países ainda receosos em relação à sua generalização, por levantar algumas questões de segurança e não ter controlo financeiro por uma autoridade central. “Diferentes países têm abordagens diferentes relativamente às criptomoedas”, diz o economista Henry Lei, que acrescenta: “Por exemplo, é ilegal na China continental, mas é um bem financeiro importante nos Estados Unidos”. Na opinião do analista, é uma opção entre centralizar ou descentralizar, entre as moedas digitais do banco central (CBDC, na sigla em inglês) ou as criptomoedas. A hesitação de alguns países, como os Estados Unidos, “vem da perda de controlo e supervisão central”, que acontece com as criptomoedas. Actualmente com um papel mais pronunciado como bens de investimento, ao invés de meio de troca, no futuro, Henry Lei acredita que tanto as CBDC como as criptomoedas poderão coexistir.

 https://pontofinal-macau.com/2024/10/17/a-pataca-digital-e-necessaria-para-o-desenvolvimento-da-economia-dizem-analistas/


HOUVE DESENVOLVIMENTOS em setembro e outubro 24 - PROCURAR


jan24

O presidente do grupo Delta Asia Financial, Stanley Au, duvida de que a indústria do jogo consiga manter a sua posição de liderança nos próximos 5 a 10 anos. Numa retrospectiva sobre o ano passado e previsões para o futuro publicadas ontem no Jornal “Ou Mun”, Stanley Au mencionou “cinco factores”.

Na sua opinião, além de não haver certezas de que o Governo Central dê sempre “luz verde” à RAEM para se manter como a única região chinesa onde é legal a operação do jogo, a digitalização do renminbi no Interior da China e a eventual digitalização gradual do dólar de Hong Kong e da pataca levarão à redução expressiva de “jogadores ricos”. A par disso, o surgimento de novos casinos em regiões vizinhas resultará numa concorrência mais renhida, enquanto a fiscalização cada vez mais forte relativamente à lavagem de dinheiro enfraquecerá gradualmente os negócios das salas VIP.

O banqueiro alertou que, se isso vier a acontecer, a economia local irá desacelerar gradualmente e aumentará o número de desempregados. Se o Governo não tiver preparado medidas de resposta, a sociedade e a economia voltarão a ser abaladas severamente, sublinhou, sugerindo às autoridades que aproveitem, inclusive, “reservas cambiais ainda abundantes” para apoiar o mais rápido possível pequenas e médias empresas na transformação tecnológica.

https://jtm.com.mo/local/stanley-au-preocupado-posicao-da-industria-jogo/


Comments

Popular posts from this blog

RFID or smart chips (technology) smart gaming tables (AI) social casinos

2022-2024 reforms corrected Macau’s casino industry imbalance

Macau faces unprecedented challenges in transitioning from gaming industry – University study